Resumo
O objetivo deste artigo é verificar como diferentes sistemas de valores morais podem impactar as preferências por lideranças, especialmente na escolha de um candidato “desonesto” ou de um moralmente ideal, e as percepções sobre a corrupção nas maiores democracias da América Latina, Brasil e México. Para a análise, os valores morais foram divididos em duas dimensões: valores pessoais (esfera privada) e valores sociais (esfera pública e institucional). A principal pergunta é: qual conjunto de valores morais é mais importante na escolha de um líder político? A perspectiva teórica adotada é a da Psicologia Social. A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos, como análise de dados e Grupos Focais. Os resultados indicam que, para os brasileiros, a moralidade pública é mais importante e, por isso, privilegiam a honestidade na política em detrimento dos resultados. Em contraste, os mexicanos tendem a ser mais pragmáticos em suas decisões eleitorais e toleram a corrupção na medida em que os candidatos se apresentam como eficientes.
Referências
Altemeyer, B. (2006). The authoritarians. Department of Psychology, University of Manitoba. [Manuscrito no publicado].
Assunção e Silva, W. F. (2017). O princípio da moralidade política segundo Ronald Dworkin e o processo de impeachment: o caso de Dilma Rousseff [Dissertação de Mestrado, Universidade do Vale do Rio dos Sinos].
Barbosa, T. (2020, octubre 21). Não faz, mas não rouba? [Ponencia]. 12° Encuentro de la ABCP, Democracia e Desenvolvimento, Universidade Federal da Paraíba. https://rb.gy/ovqql
Bezes, P., & Lascoumes, P. (2005). Percevoir et juger la corruption politique. Revue française de science politique, 55(5–6), 757–786. https://doi.org/10.3917/rfsp.555.0757
Bizer, G. (2004). Attitudes. En C. Spielberger (Ed.), Encyclopedia of applied psychology (Vol. 1, pp. 247–253). Elsevier.
Bizer, G., Barden, J., & Petty, R. E. (2006). Attitudes. En L. Nadel et al. (Eds.), Encyclopedia of cognitive science (pp. 247–253). Macmillan.
Da Matta, R. O. (1984). O que faz o brasil, Brasil? Editora Rocco.
Duska, R., & Whelan, M. (1975). Moral development: A guide to Piaget and Kohlberg. Paulist Press.
Dworkin, R. (2011). Justice for hedgehogs. Belknap Press of Harvard University Press.
Esaiasson, P., & Muñoz, J. (2014). Roba pero hace? An experimental test of the competence-corruption tradeoff hypothesis in Spain and Sweden. Working Paper Series, University of Gothenburg, 2(2), 2–25. http://hdl.handle.net/2077/38899
Haerpfer, C., Inglehart, R., Moreno, A., Welzel, C., Kizilova, K., Diez-Medrano, J., Lagos, M., Norris, P., Ponarin, E., & Puranen, B. (Eds.). (2020). World Values Survey: Round Seven – Country-pooled datafile version 3.0. JD Systems Institute & WVSA Secretariat. https://www.worldvaluessurvey.org/WVSDocumentationWVL.jsp
Lane, R. E. (1962). Political ideology: Why the American common man believes what he does. The Free Press.
Lledó Íñigo, E. (1985). Introducción. En Aristóteles, Ética Nicomáquea (pp. 9–43). Editorial Gredos.
Martínez Rosón, M. M. (2016). Yo prefiero al corrupto: el perfil de los ciudadanos que eligen políticos deshonestos pero competentes. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, 153, 77–94. https://doi.org/10.5477/cis/reis.153.77
Olvera, A. (2016). La crisis política, los movimientos sociales y el futuro de la democracia en México. Revista Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales, 61(226), 279–296. https://doi.org/10.1016/S0185-1918(16)30011-3
Peters, J. G., & Welch, S. (1980). The effects of charges of corruption on voting behavior in congressional elections. American Political Science Review, 74(3), 697–709. https://doi.org/10.2307/1958151
Pérez, O. J. (2015). The impact of crime on voter choice in Latin America. En R. Carlin, M. Singer, & E. J. Zechmeister (Eds.), The Latin American voter: Pursuing representation and accountability in challenging contexts (pp. 324–345). University of Michigan Press.
Rennó, L. R. (2007). Escândalos e voto: As eleições presidenciais brasileiras de 2006. Opinião Pública, 13(2), 260–282. https://doi.org/10.1590/S0104-62762007000200002
Rundquist, B. S., Strom, G. S., & Peters, J. G. (1977). Corrupt politicians and their electoral support: Some experimental observations. American Political Science Review, 71(3), 954–963. https://doi.org/10.2307/1960100
Silveira, F. E. (1998). A decisão do voto no Brasil. EDIPUCRS.
Sousa Oliva, J. D. (2021). Comportamento eleitoral: O dilema entre honestidade e competência nas eleições 2018 no Brasil e no México [Tesis de doctorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. Repositório Digital Lume. https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/226278
Sousa Oliva, J. D. (2023). El dilema de los votantes entre candidatos honestos y competentes en las elecciones de 2018 en México y Brasil. Nóesis. Revista de Ciencias Sociales y Humanidades, 32(64), 27–46. https://doi.org/10.20983/noesis.2023.2.2
Winters, M., & Weitz-Shapiro, R. (2013). Lacking information or condoning corruption: When do voters support corrupt politicians? Comparative Politics, 45(4), 418–436. https://doi.org/10.5129/001041513X13815259182857

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 José Daniel Sousa Oliva